| 1 x de R$55,92 sem juros | Total R$55,92 | |
| 2 x de R$27,96 sem juros | Total R$55,92 | |
| 3 x de R$18,64 sem juros | Total R$55,92 | |
| 4 x de R$13,98 sem juros | Total R$55,92 | |
| 5 x de R$11,18 sem juros | Total R$55,92 | |
| 6 x de R$9,32 sem juros | Total R$55,92 | |
| 7 x de R$7,99 sem juros | Total R$55,92 | |
| 8 x de R$6,99 sem juros | Total R$55,92 | |
| 9 x de R$6,21 sem juros | Total R$55,92 | |
| 10 x de R$5,59 sem juros | Total R$55,92 | |
| 11 x de R$5,08 sem juros | Total R$55,92 | |
| 12 x de R$4,66 sem juros | Total R$55,92 |
A antilhana Françoise Ega trabalhava em casas de família em Marselha, na França. Um de seus pequenos prazeres era ler a revista Paris Match, na qual deparou com um texto sobre Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de despejo. Identificou-se prontamente. E passou a escrever "cartas" ― jamais entregues ― à autora brasileira. Nelas, relatava seu cotidiano de trabalho e exploração na França, as dificuldades, a injustiça nas relações sociais, a posição subalterna (e muitas vezes humilhante) a que eram relegadas tantas mulheres como ela, de pele negra e originárias de uma colônia francesa no Caribe. Aos poucos, foi se conscientizando e passou a lutar por seus direitos. Quando morreu, em 1976, era um nome importante na sociedade civil francesa. Cartas a uma negra, publicado postumamente, é um dos documentos literários mais significativos e tocantes sobre a exploração feminina e o racismo no século XX. Concebido como um conjunto de cartas, datadas entre 1962 e 1964, o texto vai ganhando profundidade e variedade estilística à medida que a autora mergulha no processo de escrita ― a ponto de o livro poder ser lido como um romance. Entre seus personagens, além das babás, empregadas domésticas e faxineiras, estão também as autoritárias (e tacanhas) patroas e seus filhos mimados. A tensão principal se dá na relação entre patroas e empregadas: a atitude imperial de umas e a completa falta de direitos das outras. São histórias por vezes chocantes de trabalhadoras sem acesso a saúde, férias ou mesmo a uma moradia minimamente confortável. Tudo isso é relatado de forma pungente e expressiva, tendo como "leitora ideal" a escritora brasileira, que, ao longo de sua trajetória, teve experiências semelhantes. Pois ambas, Ega e Carolina, lutaram pelo mais básico: a dignidade na vida e na literatura.
