Esses últimos, os humanos, com exceções, também adoram viajar, conhecer outros lugares, outras gentes e seus modos peculiares de viver. Tomam-se por arejados, abertos e até mais cultos por conta desse hábito. Talvez por isso usem – para julgar nossas vidas felinas – o critério da extensão territorial ocupada por nossos corpos. E acabam convencidos de que passar o dia todo confinado não pode valer a pena. Vê-se logo que ainda não aprenderam nada de relevante. E nunca aprenderão. Por mais que alguns deles – os poucos sábios da história humana na Terra – tenham generosamente se sacrificado para explicar, todos os demais da espécie sempre se recusaram a aceitar o óbvio: que o mais precioso da vida já se encontra em cada um deles. E que o sucesso dessa busca requer preparo. Exercício rigoroso de pensamento. E recato. Fica fácil de entender por que não saem da rua. Passeiam, viajam e se divertem. Na verdade, permanecem em fuga. Não suportam a verdade que grita em suas almas. Preferem chafurdar no pântano da ignorância – entretida pelas sombras da falsidade e das mentiras – a resistir, em resiliência, aos percalços e obstáculos que todo caminho de luz costuma impor a quem sempre viveu na sombra.
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