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Esta reunião de textos de Annie Ernaux promove um mergulho em sua biografia e obra por meio do qual temos acesso ao pensamento da escritora que deu novo brilho à relação entre política e literatura ao revolucionar o modo de contar a própria história.
No primeiro texto, “Vingar minha raça” (2022) ― discurso que proferiu ao receber o prêmio Nobel de literatura ―, ela apresenta uma valiosa síntese de seu percurso e de suas motivações e elenca os principais aspectos de seu projeto literário. Na sequência, esmiuça anos de trajetória em “A escrita como faca” (2003), entrevista concedida ao longo de meses para o escritor francês Frédéric-Yves Jeannet em que responde com sinceridade e precisão sobre sua experiência como escritora. Ernaux dá detalhes dos conceitos marcantes de sua obra e comenta, por exemplo, o que chama de “postura de escrita”, o método de exploração interior e exterior, social e individual que garante que o ato de escrever seja sua arma, como uma faca.
Por fim, “Retorno a Yvetot” (2012) é uma conferência dada por Ernaux na pequena cidade onde viveu com os pais até se mudar para cursar a universidade. Ao contar sobre sua infância e os primeiros contatos com a leitura e a escrita em um ambiente de penúria econômica, ela entrelaça memória autobiográfica e reflexão sociológica, explicitando com profundeza a forma como experimentou a desigualdade social no espaço urbano e nas dinâmicas da cidade. Fotos e outros documentos pessoais selecionados por Ernaux fecham a coletânea.
A visão da literatura como um sistema de poder, o processo que a levou a abandonar a ficção para escrever sobre a “classe dos dominados”, a importância da experiência como professora, o autorreconhecimento como “trânsfuga de classe” e a relação com seus diários e com a sociologia, a psicanálise, a fotografia, a política: são inúmeros os temas que tornam a leitura deste livro ― repleto de aforismos e frases lapidares ― uma oportunidade preciosa de conhecer a admirável visão de mundo de uma das maiores escritoras do nosso tempo.